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Fisioterapia Pélvica para Gestantes e Pós-Parto: alívio da lombalgia e redução da incontinência

  • Foto do escritor: Victor Nunes
    Victor Nunes
  • 17 de set.
  • 5 min de leitura
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A gestação provoca grandes mudanças no corpo da mulher. O útero cresce e desloca o centro de gravidade para a frente, aumentando a lordose lombar e frequentemente causando dores nas costas. Estima-se que entre 50% e 80% das grávidas sintam dor lombar durante a gestação, geralmente na região lombossacral. Ao mesmo tempo, o esforço sobre os músculos do assoalho pélvico é maior, o que pode levar à fraqueza perineal e incontinência urinária no final da gravidez ou após o parto. A boa notícia é que a fisioterapia pélvica, com exercícios específicos para a grávida, pode aliviar esses sintomas. Estudos mostram que programas de fisioterapia durante a gestação não só reduzem a lombalgia, mas também previnem as disfunções pélvicas pós-parto. Essas intervenções melhoram a postura, fortalecem o corpo para o parto e favorecem uma gravidez mais confortável. Como parte da saúde da mulher, investir em reabilitação pré-natal e exercícios do assoalho pélvico torna-se cada vez mais comum, refletindo a crescente demanda por qualidade de vida no período materno. 


Alterações na gravidez e papel da fisioterapia pélvica 


Durante a gravidez, hormonas como relaxina promovem frouxidão ligamentar, o que aumenta a mobilidade das articulações e exige mais dos músculos de suporte. O útero expandido provoca tensão nos ligamentos pélvicos e desloca o peso para a frente, intensificando a lordose da coluna. Em consequência, a lombalgia gestacional torna-se muito comum (até 8 em cada 10 grávidas poderão apresentar dor lombar durante a gravidez). Além disso, o esforço constante sobre o períneo (pavimento pélvico) pode fragilizar seus músculos, aumentando o risco de incontinência urinária. A fisioterapia pélvica atua exatamente nessas áreas: ao fortalecer o assoalho pélvico e corrigir a postura, alivia as dores nas costas e prepara a região pélvica para o parto. Na prática, a fisioterapia obstétrica engloba exercícios de conscientização corporal, treino do pavimento pélvico (Kegel), mobilidade articular e técnicas respiratórias, todas direcionadas às necessidades da gestante. 

Exercícios e massagens adaptados à gravidez ajudam a aliviar a lombalgia gestacional e a fortalecer o assoalho pélvico. Na prática, exercícios de Kegel (contrações do pavimento pélvico) e fortalecimento do core são recomendados. Uma recente meta-análise concluiu que exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico diminuem significativamente a intensidade da dor lombar. Em outras palavras, incorporar movimentos de estabilização abdominal e treino pélvico no pré-natal faz parte de um plano de manejo da dor lombar na gravidez. Além disso, orientações posturais e técnicas de relaxamento auxiliam no alívio imediato das tensões. Um estudo brasileiro demonstrou que um protocolo de exercícios fisioterapêuticos específico reduziu a lombalgia em grávidas, produzindo “um alívio e uma diminuição na intensidade da dor lombar” e melhorando a qualidade de vida dessas gestantes. 


Reabilitação pré-natal e preparação para o parto


reabilitação pré-natal é fundamental para manter a grávida ativa e prevenir complicações futuras. Por exemplo, várias evidências indicam que praticar corretamente exercícios de Kegel durante a gravidez ajuda a reduzir as taxas de incontinência após o parto. De fato, a literatura médica recomenda avaliar e tratar precocemente qualquer dor pélvica ou lombar no pré-natal, justamente para manter a futura mãe confortável e em movimento. Em sessões de fisioterapia obstétrica, a gestante é avaliada individualmente e aprende exercícios adaptados ao seu trimestre: podem incluir trabalho de respiração, fortalecimento abdominal com foco no core e no assoalho pélvico, movimentos de mobilização pélvica (como aquelas sequências de Pilates ou yoga para grávidas), além de alongamentos para aliviar a rigidez lombar. Esses exercícios não só aliviam o desconforto imediato, mas também preparam o corpo para o parto. Por exemplo, fortalecer o assoalho pélvico ajuda no ajuste do bebê na pelve materna e reduz o risco de lacerações perineais durante o parto vaginal. Em suma, a fisioterapia pélvica no pré-natal funciona como uma preparação física: melhora a postura, aumenta a resistência muscular e educa a gestante sobre posturas seguras, o que contribui para um trabalho de parto mais eficiente e menos doloroso. 


Benefícios da fisioterapia pélvica no pós-parto


Após o nascimento, o corpo feminino passa por transformações rápidas e muitas mulheres apresentam dores na região lombar e pélvica, além de fraqueza abdominal e do assoalho pélvico. A fisioterapia pélvica no pós-parto auxilia a recuperação global da mulher, acelerando o retorno da função muscular e prevenindo sequelas. Entre os principais benefícios estão: 

  • Redução da dor lombar: A fisioterapia pós-parto continua o fortalecimento do core e do quadril, aliviando tensões residuais e corrigindo a postura da nova mãe. Estudos mostram que programas de exercícios na gravidez e no pós-parto aliviam significativamente a lombalgia e melhoram a qualidade de vida. 

  • Fortalecimento do assoalho pélvico: Exercícios específicos (como contrações voluntárias do pavimento pélvico) recuperam o tónus muscular após as pressões do parto. Segundo revisão integrativa, a fisioterapia pélvica é eficaz na prevenção e no tratamento da incontinência urinária em gestantes, o que se estende ao pós-parto. Ou seja, começar o treino perineal logo após o parto ajuda o assoalho pélvico a recuperar sua sustentação natural. 

  • Prevenção da incontinência urinária: Meta-análises recentes revelam que o treino contínuo dos músculos pélvicos no pós-parto reduz em cerca de 37% as chances de desenvolver incontinência urinária. Esse efeito protetor ocorre porque o fortalecimento adequado cria suporte extra para a bexiga e uretra. Além disso, a fisioterapia pode usar biofeedback ou eletroestimulação para otimizar a contração muscular, acelerando a reabilitação. 

  • Recuperação da função abdominal: Muitas mulheres apresentam diástase (separação) dos músculos retos abdominais no pós-parto. A fisioterapia abdominal e postural pós-parto corrige esse afastamento, restabelece a fáscia abdominal e aumenta a força do core. Em estudo de 2025, exercícios abdominais específicos reduziram a distância inter-rectal pós-parto, ajudando a recuperar a estabilidade do tronco. 

  • Promoção da cicatrização e mobilidade: No caso de cesariana ou episiotomia, a fisioterapia manual (massagem de cicatriz e mobilização) evita aderências dolorosas e melhora a circulação local, o que acelera a cura. Técnicas de relaxamento perineal e consciência corporal também preparam o corpo para as atividades físicas e a retomada da vida sexual sem desconforto. 

Esses cuidados possibilitam uma recuperação pós-parto mais rápida e completa, refletindo-se em melhor saúde da mulher a longo prazo. A literature enfatiza que, além de tratar sintomas imediatos, a fisioterapia pélvica pós-parto previne problemas futuros, como prolapsos e lombalgia crônica. 


Conclusão 

Em resumo, a fisioterapia pélvica – com seus exercícios para gestantes e protocolos de reabilitação pré-natal – é um recurso eficaz para reduzir dores na lombar e a incontinência urinária após o parto. Estudos científicos recentes confirmam que fortalecer o assoalho pélvico durante e após a gravidez alivia a lombalgia e diminui significativamente o risco de incontinência pós-parto. Esses benefícios melhoram a qualidade de vida da mulher e preparam seu corpo para o parto, razão pela qual o tema vem ganhando destaque na saúde da mulher. Para gestantes e mães recentes, incluir a fisioterapia pélvica no pré e pós-natal significa cuidar da musculatura essencial ao bem-estar e ao conforto, transformando o período da gravidez e da maternidade em uma experiência mais saudável e segura. 


Referências: Publicações científicas recentes sobre fisioterapia pélvica na gravidez e no pós-parto.


 
 
 

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